Impasse
Ainda sem prazo para retornar ao lar
Mais uma perícia foi realizada no Residencial Haragano; moradores aguardam respostas
Carlos Queiroz -
Após trinta dias do incêndio que atingiu o Residencial Haragano os moradores, apesar de seguirem rodeados por incertezas, agora tem uma novidade: a nova perícia foi realizada. Mesmo assim, seguem sem data para retornarem às suas casas. As sete famílias já encaminharam os papéis para acionar o seguro junto à Caixa Econômica Federal, mas ainda não existe uma resposta de como serão feitas as indenizações. No caso de Caisa Vieira, 28, que não tem para onde ir, o jeito foi estender uma lona e improvisar até que as medidas sejam tomadas.
Em uma audiência de urgência ocorrida no dia 16 de dezembro foi decidido que haveria a vistoria e acatado o pedido de ocorrer mesmo durante o recesso forense. Desse modo, no dia 26 do mês passado iniciou a análise, e foi finalizada na última quarta-feira. Agora, os moradores aguardam os resultados que devem ser divulgados até o dia 20 de janeiro. Logo após, as partes têm um prazo de 15 dias para se manifestarem sobre a conclusão.
Os quesitos analisados foram solicitados pelo advogado do Haragano, Fabricio Oliveira, e pela Construtora Roberto Ferreira. Oliveira informou que toda parte elétrica foi periciada, inclusive redes externas e internas, além dos materiais utilizados e a execução do projeto. No total, 60 imóveis foram vistoriados, cada uma das partes - réus e autores - indicou 30. Com relação ao seguro, a documentação foi enviada dia 23 de dezembro, e a seguradora tem o prazo de um mês para manifestar-se sobre o sinistro, então, resta aos afetados aguardarem mais treze dias.
A síndica do Condomínio, Daura Regina de Medeiros conta que todos estão aguardando pelas respostas e preocupa-se com a situação dos que perderam suas casas. Quem aguarda é Caisa. Mãe de dois filhos pequenos, ela vive de um jeito que nunca imaginou: sob uma lona. Inicialmente, a dona de casa foi abrigada por uma vizinha, mas dias após o incêndio os roubos tornaram-se comuns nos sobrados vazios. "Eu não tinha como abandonar se não levariam tudo", desabafou. A casa que deveria ser cenário da realização de um sonho está irreconhecível, a parte de cima está completamente destruída, então restou adaptar. A garagem virou cozinha e a sala virou quarto. "Eu quero a minha casa, eu quero respostas", pediu. Sobre a situação das sete famílias atingidas, Oliveira afirmou estar dialogando com todas e analisando judicialmente o que é possível fazer. "Quero ter um posicionamento mais concreto até a próxima semana", garantiu.
Francine Ferreira,25, é moradora do Residencial, que conta com 270 sobrados e outras dez unidades térreas, desde 2014 e também teve a casa queimada, e atualmente está morando com a sogra. Ela relata estar cansada de tentar respostas e não obter. "Estamos de favor, não temos onde morar", disse a jovem que compartilhava o sobrado com a mãe. Segundo ela, as famílias estão se organizando para irem até a CEF na próxima segunda-feira para tentar informações sobre o caso.
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